22 de dezembro de 2011


junho nunca se
aprende
apenas surge e desenha o sol que novembro apaga
e contudo desceste a vida
de novo
para morrer no papel

30 de janeiro de 2011

MEIA-NOITE

Já devia ter ido dormir.
Olho o relógio.
Resisto ao apelo da noite. E da curiosidade.
Guardo as palavras letra a letra.
E adormeço (quase) contigo.

É verdade, eu
Sei que tudo é passageiro.

Mas finjo que ainda não aprendi a
Melodia de cor.

Tento
Enganar a realidade,
Inventar uma outra
Música,
Ou,
Se preferires, ter sempre os teus
Olhos nas minhas palavras.

Bks

27 de abril de 2010

Aceito a música
A flauta doce que os teus olhos tocam
E que só eu oiço
E aceito o silêncio
O calor familiar das lágrimas
A dor embrulhada à pressa num sorriso

8 de novembro de 2009

finges que me ouves
finjo que me ouves
sabemos que por mais palavras
que te pouse no peito
nada te limpará o coração

8 de setembro de 2009

atrás dos dos dias há outros dias
os que nunca chegaram
os que julgamos perdidos
os que rasgam a memória
e destroem o presente
como sismos
os que pousam na vida
sem se ver
partículas de nada
os que vivemos por dentro
actores mudos
desajeitados
do que nunca é

2 de setembro de 2009

falavas na solidão que nos veste e eu
como quem se despe de si
expliquei-te
ou sorri-te
que a vida é assim mesmo
que não devemos pensar nisso
a vida é assim mesmo
devemos ficar à tona de nós
deixar que o vento nos seque o rosto
e que a alma adormeça devagar

não devemos pensar nisso