29 de dezembro de 2005

Promete-me que as tuas palavras chegarão em silêncio
Que serão da matéria da noite
Promete-me palavras de ar, de saliva ou de sangue
Inteiras e nuas como a alma
Derramadas na pele como luz ou música
Palavras que possa guardar em mim
Como uma memória ou um filho

27 de dezembro de 2005

Desvia os olhos da clareza cortante do que nunca será,
da estridência do sempre por dizer.
Desce depressa todos os degraus.
Abre qualquer porta.
Sai de ti.